quarta-feira, 9 de novembro de 2011

um caco.
Sinto-me um caco. ínfima parte de uma qualquer coisa que não consigo saber o quê.
Um caco que transformou tudo em caos.
Criou a desordem... na alma...
Um caco que não sabe bem como voltar a ser gente.
Um caco que se sente meio perdido na imensidão de desarrumação em que se tornou a casa. a sua casa.
Será ela o espelho da alma?!?!
Um caco que não vai à cama há dois meses. porque precisa de aconchego e lá não o sente.
sente o mundo de outros desmoronar à sua volta e toma as suas dores. E não pode. Este caco não tem força para caminhar com o peso da dor dos outros.
Pede ajuda. Muitas vezes. Mas a ajuda não chega. Não chega dos amigos. nem dos conhecidos. nem daqueles que não conhece.
Um caco que se isolou. Que pouco conversa. Porque vontade não tem.
Um caco que se esconde e tem medo de enfrentar a luz do dia.
Um caco desiludido e triste.

Sinto-me um bicho. quando me olho ao espelho. Não gosto do que vejo. Não gosto do aspecto da imagem refletida no espelho. Não gosto de mim.

4 comentários:

Sônia Silva disse...

"Um caco que transformou tudo em caos. Criou a desordem... na alma... Um caco que não sabe bem como voltar a ser gente."

As vezes a gente se sente bem assim, sem elo e sem beira.

Boa postagem, boa noite.

Milka disse...

Excelente descrição para sua (nossa e de tanta gente)angústia...

Milka disse...

Excelende descrição para sua (minha e de tanta gente) angústia... Ás vezes não sabemos como juntar os nossos cacos, são tantos espalhados por aí...

Milka disse...

Excelende descrição para sua (minha e de tanta gente) angústia... Ás vezes não sabemos como juntar os nossos cacos, são tantos espalhados por aí...