Acordo assustada. A razão do meu acordar vem da rua. Pela janela consigo perceber porquê. Chove. Chove muito.
Invejo a chuva que cai lá fora. Invejo-a porque cai. Cai apenas porque sim. Porque é livre. Não tem pensamentos a prendê-la. Cai... sem dó nem piedade. Sem perceber aquilo que pode destruir. Cada gota que bate na minha janela, faz-me pensar. Faz-me querer. Faz-me sonhar. Faz-me desejar ser livre. Libertar-me do passado. Deixar aquilo que ainda me prende.Faz-me desejar não estar sozinha. Não me sentir sozinha.
Chove. Chove mesmo muito. Páro. Descubro que afinal não chove apenas na rua. No meu coraçao também. As lágrimas invadem o meu rosto. Não consigo pará-las. Não consigo escondê-las. Vêm de dentro. Não quero. Não quero continuar a chorar.
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